Maia vai usar o discurso de único com poder de 'reunificar' |
O lançamento da pré-candidatura já tem data para acontecer:
6 de fevereiro, quando está marcada a convenção nacional do DEM. Ao lançar
Maia, a estratégia do partido é testar o nome do presidente da Câmara nas
pesquisas eleitorais.
O parlamentar fluminense tem dito a aliados que só aceita
disputar o Palácio do Planalto se atingir pelo menos 10% das intenções de voto.
Nos últimos levantamentos, ele ainda patina com menos de 5%.
Ideia é que ele seja apresentado como candidato de centro
“O Rodrigo tem os principais atributos que o legitimam a
exercer essa função de candidato do centro: capacidade de diálogo, equilíbrio e
serenidade para tomar decisões. Hoje é um presidente respeitado pelo governo e
pela oposição, mostrando vocação para romper esse clima de intolerância
política que agita o país”, diz o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), um
dos principais entusiastas da candidatura de Maia.
“O Rodrigo, pela condição de presidente da Câmara e
características de atuação política dele, converge muito com partidos de todas
as matizes. Ele está construindo, num processo extremamente delicado, uma
candidatura que pode vir a unir partidos do centro e juntar, mesmo que não
coligados, mas com apoio, esquerda direita e centro”, afirma o deputado
Pauderney Avelino (AM), secretário-geral do DEM.
Em busca de apoio para se viabilizar como candidato, Maia
atua em pelo menos duas frentes. Em uma delas, tenta se firmar como líder do
centrão, grupo do qual fazem parte partidos grandes e médios (entre eles PP,
PR, PSD, PRB e PTB). O centrão está sem liderança desde a prisão do ex-deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na outra, investe numa aproximação com o PMDB do presidente
Michel Temer, o qual trabalha por uma candidatura única da base aliada que
defenda o legado de seu governo. Com apoio oficial desses partidos, Maia teria
o maior tempo de televisão, o que o ajudaria a se tornar mais conhecido perante
a população.
Estratégia é afastar possíveis aliados do PSDB
Com os movimentos, Maia busca afastar essas legendas do
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), um dos nomes que tenta se
viabilizar como o candidato de centro-direita apoiado pelos partidos da atual
base aliada. Além do tucano, outro que se movimenta para ser esse candidato
único da base é o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), que se
aproximou do presidente da Câmara nos últimos meses.
Segundo Efraim, a candidatura de Maia vem sendo planejada
estrategicamente. O primeiro passo, diz, foi fortalecer a bancada da sigla na
Câmara, que elegeu 21 deputados em 2014 e deve dobrar de tamanho até março,
segundo estimativa da legenda. “Isso dá capilaridade nos estados”, diz o líder.
A segunda etapa será lançamento de 12 pré-candidaturas a governador em 2018
(BA, GO, AP, PE, RJ, SP, RS, DF, PA, MT, MS e RO), ante apenas duas em 2014.
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