Helder Barbalho: mordomias. |
O assunto é tratado na reportagem intitulada “A
insustentável máquina do governo”, que aponta o Ministério da Pesca como parte
de uma estrutura burocrática onde há “um claro desperdício do dinheiro
público”. Este cenário, acrescenta o texto, assinado pela jornalista Izabelle Torres, é “facilmente
ilustrado pelo excesso de regalias e benesses à disposição dos ocupantes do
poder.” A Pesca do peemedebista paraense é citada como exemplo do esbanjamento:
“A principal função do Ministério da Pesca, por exemplo, é distribuir o
seguro-defeso – espécie de seguro-desemprego pago a pescadores. A pouca
expressividade da pasta não limita as vantagens e os benefícios de quem
garantiu um cargo executivo no órgão provavelmente chancelado por algumpartido
aliado de Dilma.”
Diz ainda a revista sobre a gestão perdulária do ministério
que deveria beneficiar exclusivamente os pescadores, uma categoria numerosa no
Pará: “Embora o ministério esteja constantemente ameaçado de extinção, a pasta
vem se mantendo com estrutura que chama a atenção. São mil servidores em
exercício, sendo 440 indicados políticos”.
Ainda conforme “IstoÉ”, “o benefício de ter carros e
motoristas à disposição não é uma exclusividade do Ministério da Pesca”. Com
base em depoimentos de “gestores públicos que já atuaram em diferentes órgãos
do governo petista”, a revista informa que “pelo menos 28 das 39 pastas
permitem a benesse para quem está até cinco níveis da hierarquia abaixo do
ministro. Isso sem contar os celulares, os cartões corporativos e uma dezena de
assessores cujas funções frequentemente coincidem”. Além disso, sustenta a reportagem,
“não é rara a utilização dos veículos oficiais pelos ministros fora do horário
do expediente”.
O ministério de Helder Barbalho foi o primeiro a ser citado
pela revista ao descrever uma esbanjadora máquina burocrática que “permanece
desde 2010 com uma colossal estrutura administrativa composta por 39
ministérios, a maioria deles criados para acomodar apadrinhados políticos”. A
publicação semanal semanal apurou que “os 39 ministérios de Dilma custam mais
de R$ 400 bilhões por ano e empregam 113 mil apadrinhados. Só os salários
consomem R$ 214 bilhões - quase quatro vezes o ajuste fiscal que a presidente
quer fazer às custas da sociedade”.
EXTINÇÃO
No entanto, vários ministérios estariam com os dias
contados. “IstoÉ” escreve: “Pressionada pelo Congresso e pelos protestos nas
ruas, Dilma pode ser forçada a repensar a estrutura da portentosa burocracia
que ajudou a criar. No final da última semana, informações oriundas do Planalto
deram conta de que um estudo teria sido encomendado à Casa Civil visando à
redução no número de pastas. Resta saber se a presidente ficará mais uma vez na
retórica ou atenderá ao clamor público.”
A extinção dos ministérios começaria pelo da Pesca, como
senadores avisaram a Helder Barbalho na quinta-feira, 26, numa sabatina no
Senado, durante a qual a pasta foi apontada como “ineficiente”. A notícia foi
publicada por O LIBERAL no dia seguinte.
O descarte passou a ser considerado iminente, segundo esses parlamentares,
desde que se iniciou o levantamento com o objetivo de diminuir o número de
ministérios.
A revista lembra que “a necessidade de enxugamento da
máquina administrativa ganhou eco durante a última campanha presidencial”,
quando o então candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) “propôs a fusão de
ministérios, de modo a reduzir drasticamente os gastos e a estrutura
governamental”. Acrescenta que, nos últimos dias, até mesmo o partido de Helder
Barbalho passou a defender “a bandeira da reforma administrativa”, embora
desfrute as benesses do atual gigantismo na Esplanada dos Ministérios.
A manutenção do ministério de Helder Barbalho e das outras
38 pastas consome R$ 424 bilhões por ano, segundo a reportagem da revista.
“Desse total, o gasto com pessoal atinge a inacreditável marca de R$ 214
bilhões, o equivalente a 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Esse
universo de servidores soma quase 900 mil pessoas distribuídas pela Esplanada,
sendo 113.869 ocupantes de funções comissionadas e cargos de confiança, as
chamadas nomeações políticas baseadas no critério do quem indica”.
CREDIBILIDADE
“Isto É” afirma que “ao mesmo tempo em que aumenta impostos,
encarece o custo de vida da população, ameaça suspender a desoneração de
empresas e retira dos trabalhadores direitos previdenciários e trabalhistas,
Dilma Rousseff segue no comando de uma bilionária máquina pública aparelhada,
inchada e – o mais importante – ineficiente”.
Por esse quadro protagonizado pela equipe ministerial da
qual Helder Barbalho faz parte, “a credibilidade do governo está no fundo do
poço, e é impossível imaginar a sociedade acreditando no ajuste fiscal sem que
sejam tomadas medidas radicais para reduzir o tamanho dessa monumental
máquina”, diz a “IstoÉ” o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Para ele, “sem cortar
na própria carne, o governo do PT não tem autoridade para pedir sacrifícios ou
falar em ajuste fiscal”.
Ouvido pela revista, o professor de Administração Pública
José Matias Pereira, da Universidade de Brasília (UnB), lamenta: “A criação
desses ministérios é uma forma de abrigar a base aliada do governo e acelera
ainda mais as distorções dentro da máquina pública”. O acadêmico considera que
“essa forma de gestão caminha na contramão da história e de tudo aquilo que
seria o ideal para a administração pública, não só no Brasil, mas em qualquer País”.
Fonte O LIberal
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