A pena ferina do jornalista Hélio

Helio Gueiros atuou como jornalista por 30 anos.
(Foto: DOL/Arquivo)
Hélio Gueiros era, antes de tudo, jornalista. Culto e com um estilo de escrever bastante peculiar, Gueiros sabia elaborar como ninguém uma notícia, seja atacando um adversário de maneira ferina ou afagando ternamente um aliado. Sua pena era temida, mas respeitada.

Gueiros atuou por 30 anos seguidos na imprensa diária do Pará. Trabalhou em O Liberal, Folha do Norte, TV Marajoara, Rádio Difusora e no DIÁRIO DO PARÁ, onde escreveu até o ano passado. Começou sua vida profissional como promotor público no interior do Pará. Foi membro da Academia Paraense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Pará.

O ex-governador ajudou a fundar “O Liberal” na década de 50, quando o periódico era do Partido Social Democrata (PSD) e apoiava o governador Magalhães Barata.

Na redação, passou pelas funções de repórter, redator, secretário, editorialista, colunista, redator-chefe e diretor-superintendente. Além de Gueiros, o jornal era comandado por Newton Miranda, Benedito Carvalho e pelo seu grande amigo Laércio Barbalho, a quem ajudaria décadas mais tarde a fundar o jornal DIÁRIO DO PARÁ.

O estilo combativo e agressivo de Hélio Gueiros casava perfeitamente com o viés partidário do jornal. O Liberal e o PSD tinham como inimigos políticos na ocasião a Coligação Democrática Paraense, que unia o Partido Social Progressista (PSP), UDN e outros partidos menores, e que tinha como principal veículo de apoio a Folha do Norte. Essa coligação era adversária do PSD e do PTB de Getúlio Vargas. Hélio Gueiros era um jornalista de linguagem simples, feita para o povão. Por outro lado, escrevia os chamados ‘artigos de linha de fundo ‘do jornal, hoje conhecidos como editoriais.

Após a morte de Magalhães Barata, em 1959, Gueiros deixou O Liberal, que foi vendido, retornando mais tarde ao mesmo jornal onde trabalhou como repórter e colunista. Também foi redator e editor na Folha do Norte e durante a segunda fase de O Estado do Pará. Atuou ainda como redator e apresentador do programa “Em Primeira Mão”, da extinta TV Marajoara.


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