Pará perde a mente brilhante de Benedito Nunes


Da Agência Pará:

O Pará perdeu hoje uma de suas personalidades mais ilustres. Reconhecido internacionalmente como um dos pensadores mais importantes da atualidade, o professor, filósofo, crítico literário, ensaísta e escritor Benedito Nunes faleceu na manhã deste domingo (27), aos 81 anos, no Hospital Beneficente Portuguesa, em Belém.

O corpo está sendo velado na Igreja de Santo Alexandre, no complexo Feliz Lusitânia, um dos pontos de Belém que ele mais amava. Benedito Nunes, professor emérito da Universidade Federal do Pará (UFPA), era também apaixonado por Belém e pela Amazônia e recebeu inúmeros prêmios, um dos últimos o Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.

A seguir a mensagem do governador Simão Jatene sobre a partida de Benedito Nunes.

"Em nome de todos os paraenses, agradeço a inestimável contribuição do mestre Benedito José Nunes à cultura do país. A sua dedicação como escritor, crítico de arte, filósofo e professor é irretocável. Mais ainda, sua grandeza como paraense se revelou quando recebeu convites irrecusáveis para trabalhar em outros centros, no Brasil e no exterior, mas escolheu o Pará como destino e lugar para viver e construir a sua vasta e admirável trajetória intelectual. O Pará, reconhecido, saberá honrar a sua memória".

Importância

O professor Benedito Nunes está na linha de grandes pensadores existenciais, como o alemão Martin Heidegger e o francês Jean-Paul Sartre, e pode ser classificado. Seu último prêmio de relevância foi o Jabuti do ano passado, na linha de Teoria e Crítica Literária com a obra “A Clave do Poético”, editado pela Companhia das Letras e organizado por Victor Pinheiro. No livro, Benedito Nunes discorre sobre a filosofia de Niezsche, Spinoza e Wittgenstein e fala também sobre a literatura brasileira contemporânea.

Entre as principais obras publicadas pelo por ele estão: “O drama da linguagem”, estudo pioneiro sobre Clarice Lispector, publicado em 1966, e Passagem para o poético – filosofia e poesia em Heidegger, vencedor do Jabuti em 1987.

O secretário de Cultura do Estado, Paulo Chaves Fernandes, que também era amigo do pensador, falou sobre a morte do paraense ilustre. “É a perda de um sábio, um intelectual rigoroso. Ele tinha um trabalho reconhecido no Brasil e exterior, pelos seus críticos ensaios literários. Era um professor de várias gerações. É uma grande perda, mas fica o comportamento exemplar durante sua existência”.

Comentários