Eleições Monte Alegre e Prainha

AMEAÇAS
Em Monte Alegre, o prefeito Jorge Braga (PTB) passou a reunir diretores de escolas, professores e profissionais de saúde, principalmente aqueles que não têm estabilidade no emprego ou ocupantes de cargos DAS, e exigir deles voto no candidato do PT a prefeito, Sérgio Monteiro. E ameaça claramente de demissão os insubmissos. Mas a maioria não se intimida, pois sabe que passou a ter estabilidade até o início de janeiro do próximo ano, depois de empossado o novo prefeito eleito.


PROTEÇÃO
Como se sabe, Jorge Braga desistiu de ser candidato, convencido que foi pelos altos índices de rejeição e desaprovação de seu governo. Crítico ácido do PT, ele resolveu se aliar aos petistas e ao Partido da República (PR) – leia-se Júnior Hage, filho de Rosa Hage, presidente do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) desde 3 de julho – em busca de proteção. Do PT, ele quer mais recursos do governo do Estado; dos Hage, proteção às suas prestações de contas.


INDESEJÁVEL
Aliás, próceres petistas locais confessavam que a estratégia central da campanha do partido em Monte Alegre seria o ataque violento ao governo Jorge Braga, justamente por causa de sua alta rejeição. Parte dos dirigentes locais não quer Jorge no palanque de Sérgio nem vestido de ouro. Sabem que o prefeito só tira voto. A confusão está criada.


ABANDONADO
Jorge Braga, na verdade, foi sozinho para os braços do PT-PR: ele acabou abandonado pelos candidatos a vereador do seu próprio partido (PTB) e do PSDB, que resolveram abraçar a candidatura de Jardel Vasconcelos (PMDB)


TRANQUILIDADE
Jardel Vasconcelos (PMDB), por sua vez, único concorrente do PT e da família Hage às eleições deste ano, diz não estar preocupado com as alianças dos adversários. Está unicamente empenhado em por a campanha na rua.


INCOERÊNCIA
Quem anda revoltado com a aliança do PT com o PR em Monte Alegre são os petistas de Prainha, município vizinho. Lá, os petistas foram o alvo principal da família Hage, nos anos 80. Era a época de instalação do PT no município, já comandado com mão de ferro pela família. Membros do PT e dirigentes sindicais foram presos e humilhados dentro da delegacia de polícia e nas ruas pelo então prefeito José Alfredo Hage, falecido no ano passado. Um deles, Badé, hoje vereador local, foi preso e fotografado só de cueca no interior da cela. Um outro foi agredido em frente à Assembléia Legislativa, em Belém. Os petistas de Prainha não aceitam essa aliança do PT com seus algozes do passado. “Queremos ganhar a eleição, sim, mas não vale qualquer aliança, principalmente com gente como os Hage”, revoltou-se um dirigente do PT de Prainha.


PRAINHA
Em Prainha, aliás, PT confirmou a aliança fechada com o PMDB há mais de três meses. A principal adversária da coligação é Patrícia Hage, irmã de Gandor Hage que foi prefeito por duas vezes na cidade.

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