Reforma Agrária camuflada

A mídia não deu muita importância para que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, falou no meio da semana à imprensa nacional. Mas de perto, sua afirmação é uma mostra que o governo não possui políticas públicas voltadas para a Reforma Agrária.


Segundo o ministro, mais da metade das 127,5 mil famílias que o governo considera como “assentadas” continua morando em barracas de lona à beira de estradas e em meio a matagais. A outra fatia do bolo foi plantada em lotes sem infra-estrutura mínima para se produzir: água, energia elétrica, esgoto, transporte, estrada, crédito, etc.
Com a inclusão dessas famílias na lista de assentados pela Reforma Agrária, o governo aumentou seus índices em 10,9% se comparado ao número de assentados de 2005.


O ministro ainda tentou concertar o estrago que sua afirmação havia feito, alegando que nem seguida que os critérios adotados pelo governo não levam em as condições nas quais as famílias estão vivendo. Ou seja, para que o governo considere alguém como assentado, basta que esteja cadastrado no sistema do Incra como beneficiário do Programa Nacional de Reforma Agrária.

Nessas mesmas condições de assentados encontram-se milhares de famílias em nosso estado. São verdadeiras “invasões”. Como são chamadas as ocupações urbanas.
Segundo o Movimento dos Trabalhadores Sem-terra (MST), das 127,5 mil famílias consideradas assentadas em 2005, apenas 45,7% foram acomodadas em áreas de reforma agrária. Os 54,3% restante refere-se a assentamentos antigos ou a reordenação de assentamentos em terras públicas.

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